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Veja o que puxou o PIB do 2º trimestre para cima
03/09/2024
Rio de Janeiro e São Paulo – O forte crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no segundo trimestre de 2024 teve a participação de três componentes. O consumo das famílias e do governo avançou 1,3% em relação ao trimestre anterior. Os investimentos medidos pela Formação Bruta de Capital Fixo avançaram 2,1%.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) os resultados refletem as condições do mercado de trabalho, os juros mais baixos e o avanço do crédito, entre outros fatores.
Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, afirma que contribuíram ainda para a performance dos componentes da demanda, a alta dos investimentos, que foram beneficiados pelo crescimento da importação e a produção nacional de bens de capital, pelo desempenho da construção e, também, pelo desenvolvimento de softwares.
Ela destaca que, ao contrário do ano passado, o setor externo tem contribuído negativamente para o crescimento da economia, com as importações avançando mais que as exportações.
A taxa de investimento no segundo trimestre de 2024 foi de 16,8% do PIB, acima dos 16,4% registrados no segundo trimestre de 2023.
Já a taxa de poupança recuou para 16%, abaixo dos 16,8% do mesmo trimestre de 2023.
Rebeca explica que “a taxa de investimento foi beneficiada principalmente pelo crescimento superior, em volume, da Formação Bruta de Capital Fixo em relação ao PIB.
O consumo é considerado o motor do PIB pela ótica da demanda – ou seja, dos gastos com bens e serviços. Responde por cerca de 60% do indicador.
Analistas dizem que o consumo teve impulso do aumento da renda no segundo trimestre. O mercado de trabalho aquecido e as transferências governamentais estariam por trás do movimento.
A taxa de juros, por outro lado, ainda permaneceu no patamar de dois dígitos, o que desafia um desempenho mais robusto.
Serviços e indústria crescem e estimulam PIB no 2º trimestre; agropecuária cai
O PIB do Brasil no segundo trimestre teve impulso de resultados positivos do setor de serviços (1%) e da indústria (1,8%), enquanto a agropecuária mostrou queda (-2,3%).
O setor de serviços é o maior empregador do país e o principal componente do PIB pela ótica da oferta, com peso de quase 70% no indicador.
Analistas dizem que o consumo de serviços e bens industriais teve impulso do aumento da renda no segundo trimestre. O mercado de trabalho aquecido e as transferências governamentais estariam por trás desse movimento.
Nos serviços, houve altas em atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (2%), informação e comunicação (1,7%), comércio (1,4%), transporte, armazenagem e correio (1,3%), administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (1%), atividades imobiliárias (0,9%) e outras atividades de serviços (0,8%).
O crescimento na indústria se deve aos desempenhos positivos de eletricidade, gás, água, esgoto e atividades de gestão de resíduos (4,2%), construção (3,5%) e indústrias de transformação (1,8%). Por outro lado, houve queda de 4,4% nas indústrias extrativas.
Segundo Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, com o fim do protagonismo da agropecuária, a indústria se destacou no segundo trimestre, especialmente eletricidade, gás, água, esgoto e atividades de gestão de resíduos e construção.
A agropecuária, por sua vez, sentiu os problemas climáticos neste ano. O Rio Grande do Sul, por exemplo, amargou enchentes de proporções históricas no segundo trimestre. As fortes chuvas afetaram parte das lavouras e da criação de animais no estado.
A projeção mais recente do IBGE, relativa a julho e divulgada em agosto, indicou que a safra brasileira de 2024 deve ser 5,5% menor do que a verificada em 2023.
Reportagem distribuída pela Folhapress
Fonte: https://diariodocomercio.com.br/economia/veja-puxou-pib-trimestre-cima/
Foto: Valter Campanato / Agência Brasil