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Pilbara Minerals adquire Latin Resources por US$ 370 mi

06/09/2024Pilbara Minerals adquire Latin Resources por US$ 370 mi

Produtora australiana de lítio pretende desenvolver projeto Salinas, em MG, em aposta ‘anticíclica'

A australiana Pilbara Minerals fechou acordo para adquirir a conterrânea Latin Resources pelo equivalente a cerca de US$ 370 milhões. A produtora de lítio, que está em meio a uma expansão maciça de sua mina Pilgangoora, na Austrália Ocidental, pretende desenvolver também o projeto Salinas, em Minas Gerais, com a operação que seu executivo-chefe, Dale Henderson, classificou como "anticíclica".

Pelo acordo vinculante, a Pilbara vai adquirir todas as ações da Latin por um preço de 0,20 dólar australiano (US$ 0,13), considerando o preço-base da ação da Pilbara no fechamento da quarta-feira (14), um prêmio de 57% sobre a média de dez dias dos papéis da dona do projeto em MG.

Com a conclusão da transação, os acionistas da Latin vão passar a deter 6,4% da Pilbara. A operação tem forte apoio do conselho da Latin e de seu principal acionista, o empresário e ex-político argentino José Luis Manzano, que possui 7,9% do capital da júnior.

Em comunicado ao mercado, as empresas ressaltaram que o projeto Salinas, carro-chefe da Latin, amplia em cerca de 20% os recursos minerais de lítio da Pilbara. O projeto em MG possui recursos totais de 77,7 milhões de toneladas com teor médio de 1,24% de óxido de lítio (Li2O) para 948,9 mil toneladas do mineral, ou 2,35Mt de concentrado de lítio equivalente (LCE).

Segundo relatório de 2023, Pilgangoora, que também produz lítio de rocha dura como são os depósitos de Salinas, possui recursos totais de 413,8Mt @ 1,15 Li2O para 4,8Mt. A maior parte dos recursos minerais está na categoria indicada.

Uma avaliação econômica preliminar (PEA) concluída pela Latin em setembro de 2023 apontou investimento de US$ 253 milhões para desenvolvimento de uma operação a céu aberto com vida útil inicial da fase um de 11 anos e potencial de produção de média life of mine (LOM) de 405 mil toneladas por ano de concentrado de espodumênio com teor de 5,5% de óxido de lítio (SC5.5) ou 55.068 tpa LCE e 123 mil tpa de subproduto concentrado com 3% Li2O (SC3) para 9.125 tpa LCE.

A PEA foi baseada em estimativa anterior a uma atualização que ampliou os recursos minerais de Salinas e a Latin continua realizando campanha acelerada de sondagem na área para elaboração de um estudo de viabilidade definitivo (DFS) para o projeto.

"Justificativa estratégica"

Para a Pilbara Minerals, a transação "anticíclica e estratégica" oferece uma série de vantagens que incluem a diversificação das operações atuais com a expectativa de que Salinas amplie em até 30% a produção, além de "proporcionar maior acesso aos mercados norte-americano e europeu de baterias".

A empresa ressaltou que seu "sólido balanço patrimonial", o fluxo de caixa de Pilgangoora e sua "comprovada experiência técnica" reduzem o risco e otimizam o desenvolvimento de Salinas, projeto localizado em Minas Gerais, uma "jurisdição de mineração atraente" e que incluiu o ativo em um processo acelerado de licenciamento.

"Essa aquisição está de acordo com a estratégia, diversificando os negócios com o que acreditamos ser uma extensão anticíclica e agregadora que reforça ainda mais a posição da Pilbara Minerals como um dos principais fornecedores de materiais de lítio do mundo", afirmou em nota Dale Henderson.

A aquisição, segundo ele, dá à empresa um segundo ativo de lítio de rocha dura tier 1, que deverá ser "de baixo custo" e oferecer à Pilbara "a possibilidade de sequenciar novos suprimentos e diversificar para novos mercados em crescimento para o lítio, como a Europa e a América do Norte".

"A aquisição segue um extenso período de avaliação de projetos em todo o mundo, no qual classificamos o projeto Salinas no topo da nossa lista, quando comparado holisticamente em uma série de critérios importantes. Além disso, um período abrangente de due diligence foi conduzido nos últimos seis meses, o que aumentou nossa compreensão do ativo e do potencial da região", completou.

Com a transação, o diretor-administrativo da Latin, Chris Gale, vai atuar como consultor da Pilbara por um ano para dar continuidade às conversas com as principais partes interessadas, incluindo a equipe da Latin no Brasil, órgãos públicos e a comunidade local.

Ele frisou que a operação "será um enorme benefício não apenas para a Latin e sua subsidiária brasileira, a Belo Lithium, mas para o próprio Brasil".

"O Vale do Lítio agora estará de fato no mapa global do lítio como uma das melhores jurisdições de mineração de lítio do mundo", declarou Gale.

Foto: Chris Gale, da Latin Resourcces, e Dale Henderson, da Pilbara Minerals/Divulgação

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