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Nova australiana prepara exploração de terras raras no Brasil
06/09/2024
Mais uma australiana pretende seguir os passos de conterrâneas e investir em terras raras no Brasil. A Axel REE se prepara para entrar na corrida aberta pela Meteoric Resources e que agora tem a participação de diversas outras júniores em busca de minerais destinados à produção de ímãs permanentes usados em veículos elétricos, turbinas eólicas e várias outras tecnologias.
A Axel foi criada como uma empresa fechada por um grupo de investidores liderado por Patrick Volpe, diretor administrativo da Foxfire e diretor não-executivo da Si6 Metals, empresas que também exploram projetos de minerais críticos no Brasil como lítio e terras raras, entre outros.
No caso da Axel, desde maio a companhia vem promovendo um roadshow em busca de aportes e conseguiu captar o equivalente a US$ 8,7 milhões junto a investidores institucionais e US$ 200 mil em uma transação de varejo para atender a exigências para listagem na Bolsa da Austrália. Após o IPO, a empresa pretende começar a sondar os ativos que possui no Brasil.
No portfólio da Axel estão os projetos de terras raras Caladão e Caldas, em Minas Gerais; Itiquira, no Mato Grosso; e Corrente, no Piauí. As principais apostas da companhia são Caladão e Caldas, este último em Poços de Caldas, mesma região onde estão os projetos Caldeira, da Meteoric Resources, e Colossus, da Viridis Mining and Minerals, ambos já com estimativas de recursos com altos teores de terras raras, incluindo neodímio e praseodímio (NdPr), os elementos magnéticos mais procurados para a produção dos ímãs permanentes.
Em entrevista ao Stockhead, o presidente não-executivo da Axel, Paul Dickson, afirmou que a empresa buscava, ainda em 2023, depósitos de minério de ferro e lítio no Brasil, antes de adquirirem direitos minerários com "todas as características" de terras raras hospedadas em argila iônica - o mesmo tipo dos ativos das conterrâneas.
Dickson afirmou que a Axel já fez 48 furos em Caladão, localizado no Vale do Lítio mineiro, e cruzou mineralização na maioria deles, sendo que algumas interseções chegaram a 7.600 partes por milhão (ppm) de óxidos totais de terras raras (TREO).
"A proporção de NdPr era de até 35%, o que é muito favorável em comparação com os Meteorics e os Viridises do mundo", disse Dickson na entrevista, na qual acrescentou que Caladão deve receber cerca de 20 mil metros de sondagem para delinear um recurso mineral inaugural.
Já em Itiquira a empresa pretende realizar amostragens do solo, com expectativa inclusive da existência de nióbio, pois, conforme Dickson, "há outras estruturas no Brasil que são parecidas com essa e que têm minas de nióbio".
Foto: Elementos de terras raras/Reprodução