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Corrida por terras raras brasileiras tem nova participante
06/09/2024
Mais uma júnior entrou na corrida da exploração de terras raras no Brasil. A mais nova participante deste mercado é a PVW Resources, empresa listada na Bolsa da Austrália (ASX), que firmou contrato vinculativo para adquirir a Scanty Mineração Ltda, dona de ativos "altamente prospectivos" desses minerais em São Paulo, Goiás e Mato Grosso. E já nomeou profissionais do Brasil para a direção.
De acordo com a australiana – que já possui ativos de terras raras em quatro diferentes regiões de seu país -, a Scanty possui 39 direitos minerários em 11 projetos que totalizam 952 quilômetros quadrados, portfólio que "oferece um conjunto interessante de oportunidades de exploração de elementos de terras raras (REE, na sigla em inglês) em regiões estrategicamente prospectivas" e "pouco exploradas" do país.
A empresa já iniciou a devida diligência prevista no acordo para a conclusão da operação e afirma que os primeiros trabalhos com um analisador portátil de fluorescência de raios X (pXRF) nos projetos Sguario e Capão Bonito, em São Paulo, forneceram "prova de conceito com anomalias de REE confirmadas".
A exploração inicial da Scanty continuará a ser verificada e validada com o objetivo de liberar resultados históricos assim que confirmados, disse a empresa. Essas atividades vão incluir amostragem de superfície e sondagem a trado trado para validar os alvos existentes e testar outras mineralizações de REE na área.
Para o presidente do conselho da PVW, George Bauk, os ativos brasileiros são "uma oportunidade excepcional para aumentar nossa presença no cenário de minerais críticos em rápida evolução em todo o mundo".
"A aquisição de projetos de elementos de terras raras estrategicamente localizados no Brasil nos permite conquistar um ponto de apoio em uma região altamente prospectiva e estável que recentemente se estabeleceu na vanguarda do setor de terras raras em todo o mundo", salientou ele.
Já o diretor-executivo da empresa, Alistair Stephens, afirmou que a aquisição põe a PVW "em uma posição ideal para comercializar os projetos".
Diretoria
Em nota, a australiana informou que nomeou Celeste Queiroz, geóloga com quase 23 anos de experiência em diferentes cargos na Vale, entre outros, como diretora da empresa no Brasil.
Além dela - que vai realizar a devida diligência com o gerentes de exploração da PVW, Karl Weber -, a mineradora informou que, com a conclusão da transação, o advogado e empresário Luís Maurício Azevedo, presidente da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa Mineral e Mineração (ABPM), será nomeado diretor não executivo.
Transação
A PVW já pagou R$ 50 mil aos donos da Scanty pela exclusividade nas negociações e se comprometeu a pagar mais um total de R$ 2,1 milhões, além de ações, caso fique satisfeita com os resultados da devida diligência.
O acordo prevê uma série de condições, incluindo a exploração dos projetos, a elaboração de uma estimativa inaugural de recursos em conformidade com Jorc que aponte pelo menos 20 milhões de toneladas com teor de 1 mil partes por milhão (ppm) de óxidos de terras raras (Treo) em um ano e meio, além da conclusão de estudo de escopo que recomende a realização de um estudo de pré-viabilidade (PFS).
Foto: Projetos de terras raras da Scanty, adquirida pela PVW Resources/Divulgação